quarta-feira, 19 de março de 2008

Cirandas...

Adultos querendo brincar de roda, resgatar os sentimentos mais felizes da infância, esquecer do tempo, das distâncias. As “Cirandas” foram escritas para um “amigo” muito especial que me visitava sempre, acho que eram as terças-feiras mas poderiam ser as quartas ou quintas, já nem lembro mais... Em uma dessas visitas assistimos “Last Tango in Paris” , eu amo o filme e acho fascinante como Bertolucci consegue livrar-se das máscaras, atingir nossos pensamentos mais insanos...

Quem me dera ter um apartamento vazio e um pote de manteiga ... hauhauhahau


Ciranda

Brincadeira de criança que nos prende,
Que alimenta a nossa carne,
Que leva e traz suas crianças no leva e traz dos nossos discursos preparados.

Brincadeira de criança que nos afasta do resto,
Que se alimenta dos nossos medos.

Cantiga de roda que embala corpos sedentos,
Encorajados pelo desejo do novo,
Pela curiosidade do que ainda será dito

Ciranda que gira nossos anseios,
Seduz com seu ritmo.
Ciranda que brinca com os sentimentos que ainda não temos,
E que conscientemente não deveríamos construir.

(21/08/2007 – Devaneios de um bolo com vinho.)


Ciranda II(Fim da canção)

A cantiga para,

O ritmo se desfaz,

E a melodia ecoa apenas nos meus pensamentos mais distantes.

Não te reconheço mais entre as crianças,
Não sinto mais a tua mão.

Perdemos-nos na ciranda e ela no tempo.
Perdemos.

A ciranda pára,
O sentimento se desfaz,
E a minha lembrança ecoa apenas nos teus pensamentos mais distantes.

Não te procuro mais entre as crianças,
Não tenho mais tua atenção.

Perdi-me na ciranda e ela no tempo,
Perdi.

(07/09/2007 – Devaneios de um sábado à noite)


Nenhum comentário: